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Literatura

Bom, o post de hoje vai ser curtinho e não vai ser uma obra literária, e sim uma pequena definição sobre o que é literatura. Afinal estamos falando dela sempre e nada mais justo do que dar um espacinho para ela. Literatura é a arte da palavra! Composta por três gêneros literários, são eles: épico, dramático e lírico. Os textos literários apresentam:           Ficcionalidade, os textos não fazem parte da realidade - pelo menos a maioria deles.           Função estética- o artista tenta representar a realidade ao seu ponto de vista.           Plurissignificação - as palavras assumem diferentes significados.           Subjetividade – a experiência de emoções e sentimentos é totalmente pessoal. Alerta de Spoiler: Literatura é uma arte sim! A literatura recria a realidade. O texto é texto, texto literário tem função poética - aquela que tem a intenção do emissor...

Não te amo - Almeida Garrett

E mais uma vez, vamos falar de poema, eeeh! Essa obra foi escrita por Almeida Garrett e numa leitura superficial, é extremamente confuso! É constituído por seis estrofes e vinte e quatro versos.  Não te amo, mas quero-te... te quero, mas não te amo... São orações repetitivas ao longo do poema. O eu lírico, desde o primeiro momento, se dirige a amada, desabafando seu sentimento. A obra expressa bem a relação de oposição entre o querer e o amar e é por isso que o eu lírico é tão confuso. Esse dilema – acredita ele, que o levara a perdição. O eu lírico esta em conflito consigo mesmo, afirma não amar a “amada” à qual o poema se dirige, mas, negar o amor, fazendo uso exagerado de uma linguagem de emoção e passionalidade, demonstrando claramente a incerteza quanto a esse não amor. Essa predominância da linguagem emocional em detrimento da linguagem racional é por conta da quantidade enorme de sinais de pontuação que se apresentam ao longo do poema. Alerta de Spoiler: o eu l...

O Gato Preto - Edgar Allan Poe

Gatos, gatinhos e gatões... São muitos fofos! Mas no conto o gato preto de Edgar Allan Poe, o coitado do animal foi a ruína da personagem principal. O conto – quase que de terror – é narrado em primeira pessoa pelo protagonista, um homem alegre e despreocupado, bom, casado com uma mulher que lhe compartilha a mesma paixão: animais! E por causa disso, o casal tem um gato – preto, robusto e bonito – nomeado Pluto, o preferido do protagonista e vice-versa. O conto traz assuntos um tanto quanto polêmicos, crueldade com animais, alcoolismo, homicídio e culpa aonde tudo começa a mudar. O protagonista, já no começo do conto diz: “não espero [...] que acreditem nessa historia [...], não estou louco e com certeza, não sonho” ou seja, não é uma historia muito confiável, afinal ele estava bêbado a maior parte do conto. A figura do gato preto, esta ligada diretamente a superstição, de acordo com a esposa, “gatos pretos são feiticeiras disfarçadas” , o nome dado ao gato – Pluto (em por...

Fílis e Amor - Bocage

E hoje vamos analisar um poema! Sim um PO-E-MA de um autor muito importante no arcadismo, Manuel Maria Barbosa du Bocage. “Fílis e Amor” é considerado uma cançoneta anacreôntica e ate esses dias atrás eu não me lembrava o que isso significava. Mas veio de Anacreonte que foi um poeta lírico grego com um estilo muito particular de escrever sobre suas musas. E todos os poemas com essas particulares características são chamados de cançonetas anacreônticas – e dizem que Anacreonte foi quem inventou as canções de amor! Mas voltando, o poema foi escrito no arcadismo e Bocage não estava genuinamente interessado na mitologia, embora seja uma historia sobre o cupido e haja elementos mitológicos. Os deuses são   usados como recursos expressivos. O bonito do Cupido foge de sua mãe, Vênus e vai a um bosque e acaba encontrando Fílis para brincar. Alerta de Spoiler: não era brincadeira de criança. Fílis descobriu que o amor pode machucar! No poema, Bocage faz uso de alegoria, já n...

A cartomante - Machado de Assis

Paixão proibida: errantes ou não, foi por amor! O conto “a cartomante” de Machado de Assis, relata a historia de Camilo, Vilela e Rita, que foram submetidos ao famoso destino. A historia se passa no século XX, uma época em que continha muitos costumes e tradições, por isso, não se permitia viver um triangulo amoroso. Porem, por conta da morte da mãe de Camilo, Rita e ele se aproximaram, tornando-se amigos e mais tarde amantes. No conto, encontramos linguagem irônica e a presença de superstição e adultério, quebrando todo o esquema de tradições socais.   Embora o conto tenha sido escrito no século passado, o tema ainda remete muito à atualidade. Hoje a pratica de traição, sendo ela conjugal, na amizade ou na família, não fere tanto os costumes da sociedade contemporânea. Há também uma discussão sobre a hipocrisia, da sociedade burguesa em matrimônios apenas por conveniência e sem amor, de Camilo por continuar a alimentar sua amizade, ainda que traísse o amigo, e d...

Negrinha - Monteiro Lobato

Na nossa primeira postagem vamos falar de um conto muito clássico de Monteiro Lobato... Negrinha . Essa obra foi publicada em 1920 no   livro “Negrinha”, tendo seu conteúdo integral de contos. No conto, Monteiro Lobato nos introduz na dura e árdua realidade da menina. Alerta de Spoiler: negrinha morre no final do conto! Negrinha era filha de uma escrava, e depois que ela morreu, passou a ser criada pela dona da casa em que sua mãe vivia, Dona Inácia. Esta por sua vez era uma mulher muito rica, viúva e sem filhos, aristocrata [1] , que gostava de mandar e não aceitava muito bem o fim da escravidão. Logo no começo já percebemos a crueldade quando a pobre criança sequer tinha um nome. A não-identidade da menina demonstra que sequer era tratada como ser humano. Era sempre tachada de algum xingamento remetido a sua cor e sua aparência. O sufixo “inha” já denota o tratamento social que a mesma recebia. Negrinha passou a viver com Dona Inácia, mas apes...